Chico Buarque e as meninas da vida

Não, não vou falar da Ópera do Malandro onde as "meninas da vida" assumem um papel importante, mas quase...

Fui ontem ver o Chico Buarque ao Coliseu aqui da minha terra, esteve igual a si próprio ou seja fantástico, mas as meninas da vida entram depois do espectáculo... passo a explicar.

Fui com uma amiga e estacionamos o carro no parque da praça dos Poveiros, praça esta onde, como sabem os habitantes da Invicta e muy nobre abundam as tais moças. O Coliseu estava cheio e à saída, previa-se que o transito encravasse pelo que decidimos ir até ao Guarany, um café lindíssimo que fica ali na avenida dos aliados tomar um cafézito enquanto o transito ia escoando. Chegamos lá, estava fechado mas, quando voltamos a coisa já estava mais fluente e lá fomos buscar o carrito. Ao passarmos de novo em frente ao Coliseu, fomos abordados por um homem que nos pedia dinheiro com tanta insistência, que nos acompanhou sempre com a mesma lengalenga quase até à entrada do parque. Eis senão quando a minha amiga pára, vira-se para ele e diz-lhe o seguinte:

- ò senhor por amor de deus vá à sua vida e deixe-nos em paz, nós também andamos a trabalhar...

Ela nem teve consciência das palavras ditas, mas eu... desatei à gargalhada ali mesmo em plena praça. Não sei o que passou pela cabeça do homem que foi embora todo contente com o dinheiro que ela lhe deu, mas sei o que me passou pela minha, quanto a ela, olhava para mim com cara de quem não estava a perceber nada e lá tive que lhe explicar...

- amiguita, atendendo à hora do dia e ao local onde nos encontramos não escolheste bem as palavras a utilizar...

Fez-se luz naquela cabecinha loira e rimos desalmadamente até chegar a casa, e como rir faz bem à pele... que se lixe, sempre é uma ruga a menos...

Uma boa tarde para todos :-))