segunda-feira, março 12, 2007

às voltas

Despediram-se na estação de comboios, os últimos dias tinham sido fortes e o sol brilhava com uma intensidade que não se poderia dizer maior, apenas diferente... ela sentia já a saudade, ele também... acenavam-se num até à próxima esperançado... ela não imaginava que não o voltaria a ver por muito e muito tempo, na cabeça dele essa ideia começava já a surgir... ele partiu e ela não foi atrás, ela nunca vai atrás.. ele viveu, ela viveu... ele lembrou, ela lembrou... na caixinha de boas lembranças que todos têm estavam os momentos passados, os dias vividos, as palavras ditas e as não ditas mas sentidas... os lugares, as sensações, os sentires de pele, os enrubrescimentos... ele partiu e ela não foi atrás... ele voltou, ou não... ela gostou, mas mais uma vez não vai atrás..

4 comentários:

lifeyes disse...

Hum... quem sabe ela ainda vai ou ele decide não ir

KNOPPIX disse...

Ela é do contra, nunca vai!
Isto até dava uma boa música para o Vitor Espadinha :p
Beijinhos

antónio paiva disse...

................

gostei dos textos

................

Anónimo disse...

A viagem
Dia desses, li um livro
que comparava a vida a uma viagem de trem.
Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada.

Interessante,
porque nossa vida é como uma viagem de trem,
cheia de embarques e desembarques,
de pequenos acidentes pelo caminho,
de surpresas agradáveis com alguns embarques
e de tristezas com os desembarques...
Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que,
acreditamos que farão conosco
a viagem até o fim:
nossos pais.

Não é verdade.
Infelizmente, em alguma estação,
eles desembarcam, deixando-nos
órfãos de seus carinho, proteção, amor e afeto.


Mas isso não impede que, durante a viagem,
embarquem pessoas interessantes
que virão ser especiais para nós:
nossos irmãos, amigos e amores.
Muitas pessoas
tomam esse trem a passeio.
Outras fazem a viagem
experimentando somente tristezas.
E no trem há, também, outras que passam
de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa.
Muitos descem e deixam saudades eternas.
Outros tantos viajam no trem de tal forma que,
quando desocupam seus assentos,
ninguém sequer percebe.
Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros acomodam-se em vagões diferentes do nosso.
Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não nos impede de, com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles.
O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado, pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.



Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques.
Sabemos que esse trem jamais volta.
Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos, procurando em cada um o que tem de melhor, lembrando sempre que,





em algum momento do trajeto poderão fraquejar,
e, provavelmente, precisaremos entender isso.

Nós mesmos fraquejamos algumas vezes.
E, certamente, alguém nos entenderá.

O grande mistério





é que
não sabemos
em qual
parada
desceremos.

E fico pensando:
quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim.








Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido.
Mas me agarro na esperança de que,
em algum momento, estarei na estação principal,
e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem,
que não tinham quando embarcaram.
E o que me deixará feliz é saber que,
de alguma forma, eu colaborei para que
essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa.
Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas.
Minha expectativa aumenta,
à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade...
Quem entrará? Quem sairá?







Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, não só como a representação da morte, mas, também, como o término de uma história,
de algo que duas ou mais pessoas construíram
e que, por um motivo ínfimo, deixaram desmoronar.
Fico feliz em perceber que certas pessoas como nós,
têm a capacidade de reconstruir para recomeçar.









Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver,
é tirar o melhor de "todos os passageiros".







Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem, e por mais que
nossos assentos não estejam lado a lado,
com certeza, o vagão é o mesmo.